terça-feira, 9 de setembro de 2008

Era uma vez

Que menina não cresceu querendo ser princesa? Pensando em um dia encontrar o príncipe encantado e viver feliz para sempre? Eu pelo menos sou uma princesa até hoje! Mas dispenso o príncipe encantado pra ser feliz para sempre. Uma carreira foda e uma BMW conversível dão conta do recado. E acredito que muitas pretendentes a princesa mudaram o final do seu conto de fadas também. Nada contra Ariel, Aurora, Cinderela e o resto da trupe. Só que continuar perseguindo um sonho da idade média em pleno século XXI é complicado, bem complicado. Até a bíblia eletrônica dos contos de fada, a Disney, migrou das bruxas más em 2D para os peixes e brinquedos em 3D. Ainda assim, acredito que os contos de fadas, e o 2D, têm seu valor. Eles nos mostram como a vida é mais divertida atualmente.

A própria Disney percebeu isso, com o filme Encantada. Todos os metidos a super maduros que não assistem a “esse tipo de filme” tratem de alugar Encantada. Vai por mim, ele rende boas risadas! Basicamente a história começa com a máxima do era uma vez. Donzela em apuros, bruxa má, príncipe bonitão, animais falantes na floresta. Até que em certo momento eles vão parar no meio de NY, como pessoas de carne e osso, mas nem por isso param de agir como seus respectivos clichês. MUITO ENGRAÇADO! Lógico que a previsibilidade ainda ta lá, de mãos dadas com o final feliz, mas foi realmente surpreendente ver a Disney rindo do seu próprio passado e encarando o conto de fadas clássico como irreal hoje em dia.

Inclusive, deveríamos agradecer que ele é irreal hoje em dia. Pensa só como era a vida quando essas histórias foram escritas, há alguns bons séculos. Nossos amigos medievais construíam castelos enormes, que apesar de terem quartos e mais quartos, em nenhum deles tinha sequer um computador, televisão, videogame ou ainda um radinho de pilha vagabundo tocando os novos hits da rádio real. Nada. Só camas, lareiras, penteadeiras. Dorme, acorda, se penteia, se aquece, e acabou, pode dormir de novo! Definitivamente não trocaria nosso ar poluído por um ar puro medieval, muito menos pra ser uma donzela em apuros (perdoem os trocadilhos). Nem mesmo incluindo aqueles vestidos lindíssimos na oferta especial. Para fugir do tédio lá atrás, só restava mesmo resgatar donzelas, lutar contra dragões, envenenar maçãs, ter amigos anões prestativos, escalar torres para deixar o cabelo crescer, entre outros.

A não ser que você fosse o rei. Muito antes do divórcio as amantes já marcavam presença. Enquanto quem não era realeza inventava formas de diversão nos reinos distantes, o rei se divertia com suas “preferidas”. E nada de donzelas indefesas, afinal o rei não era homem de sujar as mãozinhas resgatando ninguém. Isso era trabalho para os príncipes mais trouxas que se vestiam com roupas de mulher. O rei se limitava a sujar suas mãos somente de poeira, quando abria as portas disfarçadas de quadro das passagens secretas do palácio.

Realmente, a não ser que fosse pra ser rei e ficar brincando de passagens secretas, sou mais o meu iPod. Sem falar que pra ser rei, teria que virar homem. Pra me vestir de mulher, prefiro ser mulher mesmo.

2 comentários:

Unknown disse...

ha-ha. adorei esse!

Lara disse...

Senti uma pitadinha do The Tudors aí...

Eu não curto muito essa vibe de ser princesa não... pensa só... tenho cabelo vermelho mas não sei nadar pra ser Ariel; sei dançar ballet mas não sei valsa pra ser Bela; sou branquinha, mas não sei cantar com os passarinhos pra ser Branca de Neve; acredito em gênio da lâmpada, mas não tenho nem carteira de motorista pra ser Yasmin (imagina dirigir tapete voador??!!)... Tá tudo errado... Tenho que me contentar no máximo em ser Barbie Bailarina...


Abobrinhas à parte (sem deixar tão à parte assim), gostei. ;)

Beijos!